Filmes (re)vistos #7: Operação Dragão, 1973

Não se surpreenda: sou fã de Bruce Lee! Aliás, pouca gente de minha geração, que gosta de filmes de aventura, não o aprecia. Bruce Lee é o maior artista marcial que existiu e um dos três maiores bailarinos do cinema. Perde para Gene Kelly e para Fred Astaire – mas quem, neste mundo, não perde? Revi Operação Dragão semana passada, num canal fechado, e as lembranças de quando assisti ao filme pela primeira vez, no final dos anos 1970, encheram-me mais uma vez os olhos. É uma história bem contada – diferentemente da maioria dos filmes de artes marciais da época. Aliás, de qualquer época.

Estrelado por Bruce Lee, "Operação Dragão" vai ganhar reboot

Bruce é sensacional. Pula, voa (ou quase), estapeia, chuta, soca. Sem contar os uivos bem próprios dele, ao bater na malandragem. Não era grande coisa como ator, e nem precisava. O público – eu me incluo! – não estava ali para avaliar suas aptidões dramáticas, mas para vê-lo em ação em cenas coreografadas pelo próprio. Vê-lo lutar é como estar diante de um Nureyev oriental, descendo o malho em quem se opusesse a ele. E à justiça, claro, porque o herói está sempre do lado bom.

Operação Dragão é obra-prima do gênero. A história? Um grande campeonato de artes marciais, do outro lado do mundo, é o vetor para tráfico internacional de drogas. A personagem de Bruce vai até lá, bate em todo o mundo, mata o chefão e, evidentemente, desmonta o esquema. Está a serviço do governo paladino do mundo: o norte-americano. Bem, a película foi financiada pela Warner, que embutiu na história um de seus contratados: o sempre cínico John Saxon, bom de porrada também.

Jim Kelly acting alongside John Saxon discussing a lethal tournament held  on the deadly Han Islan | Enter the dragon, Jim kelly, Bruce lee

Não se pode esquecer de Jim Kelly, astro da Blaxploitation que, com a cabeleira black-power, dá um show particular. Ele e Saxon fazem uma grana extra apostando em si mesmos, nos confrontos com suas vítimas. É a parte bem humorada do filme – que, sinceramente, se você gosta de filmes de aventuras, com pancadaria estilizada, não deixe de assistir. Clássico do início ao fim.

AQUI, a sequência clássica do filme: “Tábuas não revidam!”

 

 

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Francisco Grijó

Francisco Grijó, capixaba, escritor, professor de Literatura Brasileira. Pai de 4 filhas.

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