A eternidade do ídolo

Retomando uma antiga demanda: aproveitando que estamos em tempos de Copa do Mundo, vou falar sobre algo que não seja cultura e arte. Bem, o esporte – especificamente o futebol – preenche a lacuna que alguns de meus 6 ou 7 leitores dizem existir. Talvez estejam certos. Pela terceira ou quarta vez, aqui neste blogue, falo de um de meus ídolos: Pelé, a quem vi jogar nos últimos 5 anos de carreira. Da carreira dele, bem entendido. A foto abaixo traz Pelé aos 18 anos, ao lado do maior jogador (ou um  dos maiores) que a Argentina produziu: Alfredo Di Stéfano.

Pelé e Di Stefano. Os reis se encontraram apenas uma vez, há 60 anos - UOL  Esporte

Num jogo em homenagem ao espanhol Miguel Muñoz – o primeiro capitão do Real Madri a levantar a taça da Liga dos Campeões -, o time espanhol levou a melhor: 5 a 3. Consta que o argentino não marcou gols, enquanto o ainda menino Pelé fez o dele. O que mais me chamou a atenção foi o fato de que, no ano anterior, Pelé havia-se tornado famoso por conta da Copa da Suécia, mas o time do Santos, uma máquina demolidora de gols, só se tornaria (re)conhecido mundialmente no início dos anos 1960 – e justamente por conta daquele que mais tarde seria eternizado como rei.

Leio que Pelé não está bem de saúde. Há, de parte de muitos, aquela sensação de que os ídolos são inatingíveis, que não se sujeitam àquilo que nós – os outros – temos como quotidiano, de comum e banal. Lembro-me de um amigo, fã de boxe como eu, que se recusava a reconhecer Muhammad Ali (ou Cassius Clay, como querem alguns) como alguém capaz de se ajoelhar diante da doença. Muhammad foi-se, mas ficou – e eternizado na memória como um homem saudável que destroçava seus oponentes.

Creio que com Pelé, e com alguns outros ídolos de qualquer esporte, acontecerá o mesmo. A imagem do menino ao lado de Di Stéfano ficará, memorial, para muitos. Para mim, que passei a apreciar o futebol por conta da Copa de 1970, Pelé era aquele que, na foto emblemática e conhecida em todo o mundo, representava a alegria da vitória, o prazer de jogar futebol e, como a cena retratada, tornar-se o ídolo eterno.

Curiosidades das Copas: fazer gol em duas finais, um feito de poucos |  LANCE!

AQUI o filme Isto é Pelé, de 1971. AQUI o filme oficial da FIFA – Copa do Mundo de 1970. AQUI o filme O Rei Pelé, de 1962. AQUI, Pelé Eterno, de 2004. AQUI, o documentário Um Rei desconhecido.

About the author

Francisco Grijó

Francisco Grijó, capixaba, escritor, professor de Literatura Brasileira. Pai de 4 filhas.

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