Ben Webster aos 110

Vivo estivesse, Ben Webster faria, neste 27 de março, 110 anos. Ao ouvi-lo pela primeira vez, no coração dos anos 1980, achei que exagerava nos vibratos. Tudo bem, era um disco de baladas, duplo, da Verve, intitulado – claro! – Ballads. A capa está abaixo, e traz a ilustração de um sapo ao saxofone. Ben tinha esse apelido, Frog. Voltando ao disco (o qual, depois, revi sobre ele minha opiniões): gravações quase definitivas de Willow Weep for Me, Come Rain or Come Shine, Blue Moon, Teach Me Tonight, My Funny ValentineSophisticated Lady e minha preferida: There’s No Greater Love. Só baladas clássicas, em cujas execuções Ben Webster se faz acompanhar por um escrete.

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Só para se ter uma ideia: Hank Jones, Thad Wilson e Billy Strayhorn aos pianos. Só a presença desses três senhores já vale o ingresso. Mas há mais: as baterias estupendas de Louis Bellson e de Jo Jones e o contrabaixo de Ray Brown. Se na época impliquei com os vibratos – que, percebo hoje, aveludam a melodia -, minha opinião era nada mais que a ingênua apreensão de um músico que habita o panteão dos grandes sax tenores do jazz. Hoje, felizmente, posso ouvir esse disco tão magnífico quanto essencial (possuo em vinil e em cedê) a quem aprecia o jazz. Felizes 110 anos, Ben! (numa foto de Jan Persson):

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Francisco Grijó

Francisco Grijó, capixaba, escritor, professor de Literatura Brasileira. Pai de 4 filhas.

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