O melhor do Jazz #11: os quintetos
O quinteto é a formação clássica do jazz: saxofone, trompete, piano, baixo e bateria. Há quem prefira um grupo com apenas um sopro, concentrando as atenções nos fraseados enquanto o piano estabelece a harmonia e a dupla baixo-bateria cozinha o alimento que é servido. Quais os grandes quintetos do jazz? Mais uma vez uma lista que revela a gosto pessoal deste que vos escreve.
Na verdade, este quinteto não deveria entrar na lista, afinal não foi uma reunião sistemática de cinco músicos, que tivessem feito vários discos etc. Mas é um quinteto e é o melhor disco de jazz que conheço. Eu já disse isso. Por que melhor? Bem, reuniu ninguém menos que Charlie Parker, Dizzy Gillespie, Bud Powell, Charles Mingus e Max Roach. Ou seja: ao menos 4 desse grupo são os melhores em sua especialidade. Ouça o disco AQUI, para comprovar. Gravado no Massey Hall canadense, em maio de 1953.
O segundo lugar não poderia deixar de ser do quinteto de Miles Davis – aquele, nascido em 1955 e desfeito em 1959, com variações ao piano e a adição do sax alto. O time básico: Miles Davis (trompete), John Coltrane (sax tenor), Red Garland (piano), Paul Chambers (baixo) e Philly Joe Jones (bateria). A série de discos Relaxin’, Cookin‘, Workin‘ e Steamin’ é de fazer chorar. No bom sentido, claro. Eis o melhor: Workin with the Miles Davis Quintet: AQUI.
Charlie Parker foi o maior raciocínio do sax alto e, para muitos críticos e estudiosos do jazz, o maior de todos os saxofonistas. Genial em todos os estilos, fez-se acompanhar de um timaço de músicos no coração dos anos 1940: Duke Jordan ao piano; Tommy Potter no baixo; o sempre magnífico Max Roach na bateria. E quem, no trompete? Sim, Miles Davis que, segundo suas próprias palavras, aprendeu jazz com Bird. Ouça, AQUI, Bluebird, o disco na ilustração.
Clark Terry não entrou na lista de trompetistas favoritos, mas entra aqui, com seu quinteto. Veja só: Johnny Griffin, no sax tenor; Wynton Kelly ao piano; Paul Chambers no baixo, e Philly Joe Jones nos couros. Onde vc já viu parte dessa sessão rítmica? Com Miles Davis em seus ótimos dias. Timaço. Um extraordinário quinteto. Esse disco, Serenade to a bus seat é de se ouvir agradecendo a Deus por seus tímpanos funcionarem. AQUI você inicia o agradecimento.
De todas as formações que conheço do Art Blakey and the jazz messengers, esta é a melhor: Lee Morgan (trompete), Bobby Timmons (piano), Benny Golson (sax tenor), Jymie Merritt (contrabaixo) e, claro, o líder, Art Blakey, na bateria. Um disco sem erro protagonizado por um quinteto absolutamente perfeito. Uma atenção especialíssima ao som de Timmons, um dos grandes pianistas que o jazz produziu. Ouça tudo, AQUI.