Em 1995, o incomparável Joe Cocker contracenou com Catherine Deneuve – também incomparável – no clipe N’oubliez Jamais. Se quiser checar, está AQUI. Estava, à época, com 52 anos e sua beleza continuava tão intacta quanto luminosa. Num país de belas atrizes francesas – Bardot, Adjani, Ardant e tantas outras -, Catherine Deneuve leva vantagem: foi bonita a vida inteira, independentemente do tempo, do clima, das oportunidades, dos casamentos etc. Foi, não. Ainda é, mesmo aos 80 anos. O tempo, implacável com qualquer ser humano, foi obrigado a desacelerar com ela.
Claro, claro: as fotos nesta postagem foram escolhidas com o objetivo de explorar sua beleza refulgente, os cabelos alourados, o rosto simétrico de olhos expressivos que tanto encantaram cineastas como Buñuel, Lars Von Trier, Chabrol, Truffaut ou Manoel de Oliveira. Aliás, até onde se sabe, era a atriz preferida desses 5 diretores citados. Chabrol, por exemplo, afirmava que Catherine Deneuve era a melhor atriz do mundo. Sim, falava de atuação em cena, algo que encantava a todos. Buñuel perdia a voz ao conversar com ela. Quando conseguia falar, afirmava que ela era a melhor coisa que a França produziu. E olhe que ele era fã dos queijos Cancoillotte e Munster.
Vi Catherine Deneuve pela primeira vez contracenando com David Bowie em Fome de Viver, de Tony Scott. É bonita de doer. Estava com quase 40 anos e mantinha a beleza com que chegara à juventude – um pouco mais reluzente porque madura. O filme é ótimo e ela, como a vampira Miriam Blaylock, está magnífica. Consegue apagar a beleza sensual de Susan Sarandon, ao contracenarem. David Bowie, então, desaparece. Abaixo, a vampira, cheia de fome e solidária ao amante que envelhece. Não será difícil encontrar outro parceiro.
Catherine Deneuve contradisse o axioma de que a mais alta beleza está na juventude. Estava mais bonita como a personagem Gabi, de 8 Mulheres, quando contava com 60 anos, do que em Os Guarda-chuvas do Amor, em que faz a chatinha Geneviève, com apenas 20 anos. Claro, claro: é uma percepção individual, subjetiva. Há mulheres que adquirem mais beleza com a maturidade, tornam-se mais sensuais, apresentam um componente indecifrável e indefinido que boquiabrem todos aqueles que, diante delas, prostram-se. É o caso de Catherine Deneuve.
Se tivesse de enumerar 3 grandes atrizes francesas, daquelas que seguram a personagem do início ao fim, eu diria Catherine Deneuve, Simone Signoret e Anouk Aimée. Sim, há outras – mas eu mesmo, por vontade própria, limitei o número. As 3 são artistas de ponta, capazes de vestir qualquer personagem com a verossimilhança necessária. Catherine mais: faça o teste assistindo a A Bela da Tarde, Tristana e A sereia do Mississipi. Se procurar, encontrará todos esses filmes disponíveis na web ou em canais fechados. Aproveite, antes que retirem do ar. Corra!