A imagem do Rock

Primeiramente, é necessário registrar que houve 1 vencedor do DESAFIO DO IPSIS.

Vitor Sarmento acertou as 3 perguntas e, portanto, leva o prêmio. O que falta é ele escolher qual, passar o endereço e esperar para gozar o fruto de seu conhecimento. Vamos em frente!

Agora o Rock, com maiúsculas. Você conhece Jim Marshall, Henry Diltz, Brad Elterman, Bob Gruen e Charles Peterson? Não? Pois esses senhores têm um ponto comum: foram capazes, num dado momento, de capturar o que o Rock – novamente maiúsculo – tem de mais apropriado: a atitude. Claro que eu poderia, caso quisesse, substituir os cinco senhores citados por Pennie SmithJerry Schatzberg, Jenny Lens, Danny Clinch e Robert Knight. Quantos mais? Pois esses senhores são artistas que, acompanhando este ou aquele cantor ou banda, puderam, em instantâneos, expressar em imagem o que se representa em música – e aproveitaram para eternizar um momento que nunca se repetirá. É só checar as imagens abaixo (Stones, por Ethan Russell; The Doors, por Yale Joel, e Eddie Van Halen, por Lynn Goldsmith).

Fotografar o rock não é tão difícil, dizem alguns. Os artistas, grosso modo, criam o estardalhaço quando as câmeras se aproximam. Tentam voar, mostram-se desagradáveis, irrompem em caretas, inventam piruetas e perfumarias visuais que são, evidentemente, um banquete para quem quer registrar a imagem. Eis aí um engano: claro que a pose é uma exigência, mas as grandes imagens do rock vêm do fundo – tanto de quem é fotografado quanto de quem se presta ao registro. As duas imagens abaixo, Steven Tyler, em foto de Neil Preston, e Chuck Berry, trabalho de Lynn Goldsmith, comprovam isso.

Elton John, abaixo, faz a acrobacia para os olhos de Terry O’Neill, um dos grandes fotógrafos de moda por 4 décadas. Foi um dos primeiros a registrar o contato entre os Beatles e os Stones quando ainda iniciavam a rivalidade que nunca, de fato, concretizou-se. Especializou-se em sugerir que seus fotografados criassem situações tão insólitas quanto verossímeis. O’Neill era o fotógrafo preferido de Elton, a quem se mostrou em várias situações – desde o estúdio até o recesso da própria intimidade.

Jimi Hendrix e Jim Morrison, heróis trágicos, personas definitivas no rock, fotografados por Michael Ochs. Hendrix faz o V da paz no Civic Auditorium em Bakersfield, California, em outubro do ano emblemático de 1968. Toda a audiência, muda, voltada para ele. No mesmo ano, em Frankfurt, Alemanha, Jim Morrison, desfeito no palco, também sob olhares de quem nada entendia.

O psicodélico Alice Cooper pelos olhos do sempre excelente Bob Gruen: a espada fincada na boneca como uma oferenda ao público que estende a mão. Ano de 1973, no Spectrum, de Filadélfia. O dia era 8 de março; o ano, 1973. Pete Townshend chuta o ar no Isle of Wight Festival, em agosto de 1969. Mais abaixo, o eterno Jimmy Page, o baixista do Pearl Jam Jeff Ament voando alto no Lollapalooza, em Boston, há 26 anos. São instantâneos absolutamente impagáveis, únicos, como só a fotografia pode proporcionar.

fotografos de rock 8

Acima, dois vocalistas aparentemente distintos. Robert Plant, imortal à frente do Led Zeppelin, em foto de Neil Preston, em San Francisco, 1973, e o sempre alucinado Iggy Pop, voz dos Stooges, no Kings Cross Cinema londrino, em 1972, numa foto antológica de Mick Rock. Privilegiados pela proximidade do fato e do ato, esses fotógrafos nos legaram imagens que ficarão para sempre. Talvez vivam mais que o rock em si.

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Francisco Grijó

Francisco Grijó, capixaba, escritor, professor de Literatura Brasileira. Pai de 4 filhas.

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