Sammy Davis, Mike Curb
Já disse e repito: Laurindo de Almeida é um dos grandes artistas brasileiros. Os norte-americanos sabem disso melhor que nós, conterrâneos do violonista. Escrevi sobre ele AQUI, na mesma postagem em que mostrei minha predileção por Sammy Davis, Jr., um dos maiores cantores populares dos EUA. Ok, deu o azar de ter nascido no mesmo século de Sinatra e Bing Crosby, mas está no top 5, se é que um top 5 se faz necessário. Sammy é craque: seja no swing, no jazz, no blues, na Bossa Nova. Dividiu com Carmen McRae um dos melhores discos de pop jazz que conheço, e sobre o qual escrevi. Quer ler? Clique AQUI.
E quanto a Mike Curb? Já ouviu falar? Possivelmente sim, mas, por descargo de consciência, aí vai uma súmula: produtor musical, compositor de primeira, ex-vice governador da Califórnia, chefão de eventos esportivos automobilísticos, cristão até a medula e criador de um dos grupos vocais mais bacanas dos anos 1970, The Mike Curb Congregation. E daí? O que Sammy Davis, Jr. tem a ver com isso? Pois o distinto cantor se encontrou com o grupo vocal e produziu um disco/coletânea extraordinário, intitulado Best of Sammy Davis Jr. and The Mike Curb Congregation. Eis a capa:
A potência vocal de Sammy, limpa e precisa, combinada ao primor melodioso do grupo, resultam numa festa – na melhor acepção que essa palavra possa ter: alegria, diversão, qualidade musical, técnica, identificação, entusiasmo. Temas já consagrados como The Candy Man, That Old Black Magic, I Can Do That e Singing in the Rain estão lá – sem contar a deliciosa Keep Your Eye on the Sparrow, tema do seriado policial Baretta, que passava na Globo nos anos 1970. É também conhecida pelo título óbvio de Baretta’s Theme. O título, numa tradução livre, é algo como Fique esperto!
Não é fácil – aliás, nunca foi – encontrar discos de Sammy Davis, Jr. no Brasil. Tenho alguns vinis e alguns cedês, mas, levando em conta a discografia desse enormíssimo cantor (47 discos oficiais), conheço pouco do que ele deixou registrado. O Spotify ajuda um bocado, embora esse disco da postagem não esteja lá. Em compensação, o disco dele com Buddy Rich, The Sounds of ’66, e o fabuloso encontro com Count Basie, Our Shining Hour, estão lá. Se você não conhece nenhum dos dois, está perdendo. Ganha quem ouve Sammy Davis, Jr., um dos maiores cantores populares do século passado. Não, não duvide dessa afirmação. Ouça e me diga se estou certo.